11 anos depois Mercado Crafts&Design - Quando Aifa era Entulho
Artigo no DN 3/9/06
Novos artesãos no Jardim da
Estrela
Marina Almeida
"Nós somos o Entulho" diz, tímida, Ângela Anciães. A artesã
ocupa uma das duas dezenas de bancas que este fim-de-
semana dão novo colorido ao Jardim da Estrela numa feira em
que se procuram novos materiais e que quer afirmar-se pela
diferença.
À sombra das árvores do jardim, com os sinos da Basílica como
poderosa banda sonora, Ângela mostra os pins feitos de
ladrilhos resgatados de catálogos que "as lojas deitam fora",
as blusas em que reuti- lizou restos de tecido e as originais
saias feitas de chapéu-de-chuva. Já vendeu quatro desde que,
há três meses, se lançou no atelier Entulho. "São óptimas para
viajar, nunca se amachucam e são fáceis de arrumar", diz
enquanto enrola o tecido plastificado, ainda com os apoios das
varetas, e o prende com o respectivo atilho. Este Inverno, a
jovem desempregada com formação na área do estilismo
garante que vai estar atenta às ruas nos dias de chuva puxada
a vento. "O lixo de uns é o tesouro de outros", diz.
"Queremos que esta seja uma feira alternativa e não mais uma
feira de bijutaria", considera Florbela Salgueiro, uma das
organizadoras de Há Estrelas no Jardim. A iniciativa, que
ontem deu o seu primeiro passo, pretende afirmar-se com um
conceito próprio. "Queremos que as pessoas olhem os
materiais que as rodeiam e encontrem uma nova utilização",
disse ao DN. A feira, que hoje decorre entre as 09.00 e as
20.30, regressa ao jardim nos primeiros domingos de cada
mês. Mafalda Barbosa, outra das mentoras do projecto, diz
estar "muito optimista em relação a Outubro" com 37
inscrições já confirmadas.
A ideia, desde o início apoiada pela Junta de Freguesia da
Lapa, deixa o seu presidente, Nuno Ferro, muito satisfeito.
"Quero ver as ruas do jardim cheias de artesanato", diz ao DN.
Apontando alguns problemas do jardim que está na sua
freguesia mas sob a tutela da câmara: buracos na calçada,
falta de iluminação, segurança insuficiente. Para Nuno Ferro,
tudo seria mais fácil se este espaço verde fosse gerido pela
junta e não pela autarquia.
Os novos artesãos atraem olhares curiosos. Os insectos em
pasta de papel ou as fruteiras em discos de vinil amolgados de
Ana Cunha (atelier Ideias dos Diabos); os sacos feitos de
embalagens de café e os atoalhados de cozinha feitos por
Filipe Nogueira; as velas coloridas do Fio de Luz de Alexandra
Carvalho;
Maria Helena Fernandes, de 71 anos, deixa-se comover com
uns sapatinhos de lã cor-de-rosa que saem das mãos de uma
jovem artesã. "Iguaizinhos" aos que fazia para as filhas quando
eram pequenas.
Mercado Crafts & Design
Vou estar presente agora como Aifa
Até lá
Novos artesãos no Jardim da
Estrela
Marina Almeida
"Nós somos o Entulho" diz, tímida, Ângela Anciães. A artesã
ocupa uma das duas dezenas de bancas que este fim-de-
semana dão novo colorido ao Jardim da Estrela numa feira em
que se procuram novos materiais e que quer afirmar-se pela
diferença.
À sombra das árvores do jardim, com os sinos da Basílica como
poderosa banda sonora, Ângela mostra os pins feitos de
ladrilhos resgatados de catálogos que "as lojas deitam fora",
as blusas em que reuti- lizou restos de tecido e as originais
saias feitas de chapéu-de-chuva. Já vendeu quatro desde que,
há três meses, se lançou no atelier Entulho. "São óptimas para
viajar, nunca se amachucam e são fáceis de arrumar", diz
enquanto enrola o tecido plastificado, ainda com os apoios das
varetas, e o prende com o respectivo atilho. Este Inverno, a
jovem desempregada com formação na área do estilismo
garante que vai estar atenta às ruas nos dias de chuva puxada
a vento. "O lixo de uns é o tesouro de outros", diz.
"Queremos que esta seja uma feira alternativa e não mais uma
feira de bijutaria", considera Florbela Salgueiro, uma das
organizadoras de Há Estrelas no Jardim. A iniciativa, que
ontem deu o seu primeiro passo, pretende afirmar-se com um
conceito próprio. "Queremos que as pessoas olhem os
materiais que as rodeiam e encontrem uma nova utilização",
disse ao DN. A feira, que hoje decorre entre as 09.00 e as
20.30, regressa ao jardim nos primeiros domingos de cada
mês. Mafalda Barbosa, outra das mentoras do projecto, diz
estar "muito optimista em relação a Outubro" com 37
inscrições já confirmadas.
A ideia, desde o início apoiada pela Junta de Freguesia da
Lapa, deixa o seu presidente, Nuno Ferro, muito satisfeito.
"Quero ver as ruas do jardim cheias de artesanato", diz ao DN.
Apontando alguns problemas do jardim que está na sua
freguesia mas sob a tutela da câmara: buracos na calçada,
falta de iluminação, segurança insuficiente. Para Nuno Ferro,
tudo seria mais fácil se este espaço verde fosse gerido pela
junta e não pela autarquia.
Os novos artesãos atraem olhares curiosos. Os insectos em
pasta de papel ou as fruteiras em discos de vinil amolgados de
Ana Cunha (atelier Ideias dos Diabos); os sacos feitos de
embalagens de café e os atoalhados de cozinha feitos por
Filipe Nogueira; as velas coloridas do Fio de Luz de Alexandra
Carvalho;
Maria Helena Fernandes, de 71 anos, deixa-se comover com
uns sapatinhos de lã cor-de-rosa que saem das mãos de uma
jovem artesã. "Iguaizinhos" aos que fazia para as filhas quando
eram pequenas.
Mercado Crafts & Design
Vou estar presente agora como Aifa
Até lá
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